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Slow Living: a troca do ritmo frenético por uma vida mais plena, produtiva e justa

É fato e não é novidade: o Brasil é o país mais ansioso do mundo desde 2017. No entanto, a chegada da pandemia trouxe uma outra batalha que precisa ser driblada, e ela já tem nome: Coronafobia, uma ansiedade grave classificada como um medo extremo de contrair o vírus levando a sintomas excessivos de ordem física, psicológica e comportamental.

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Se não bastasse isso, parece que as 24 horas do dia não dão conta do dia agitado, apesar de sermos multitarefas. Quantas vezes você tem a sensação de que está apenas passando pela vida sem vivê-la? Você não está sozinho. Isso não é algo isolado.

Não à toa, a síndrome de Burnout, caracterizada pelo alto nível de estresse, entrou, em 2019, para a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS).  De acordo com a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela síndrome.

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Pode parecer um beco sem saída tendo que lidar com tantas emoções e angústias, mas há, sim, uma luz no fim do túnel. A busca por uma vida mais leve e equilibrada se tornou uma questão de sobrevivência, por isso, tantas pessoas estão buscando que sua presença no mundo faça sentido. Com isso, o movimento Slow Living tem ganhado força com uma proposta de vida ambientalmente, socialmente, economicamente e culturalmente mais plena, justa e respeitosa.

O Slow Living, ou Vida Lenta em tradução livre, é um estilo de vida que surgiu na Itália, na década de 80, junto com o slow food, em contraposição ao fast food. O movimento propõe conectar-se com o presente, que prega mais autoconhecimento, bem-estar, saúde e respeito consigo mesmo e com o meio em que vive. É ter a mente e o coração abertos para uma vida e trabalho inspirados por valores simples e reais, sem piloto automático, excessos, ações compulsivas, ansiedade estresse. Tem como objetivo fazer enxergar que viver lentamente, não quer dizer ficar parado ou ser preguiçoso, mas, sim, revisar a nossa forma de relação com meio ambiente e a sociedade.

Estamos atravessando um momento difícil, de muitas incertezas causadas pela Covid-19, mas antes disso já vivíamos a glamourização do estresse, da vida multitarefas com prazos curtos, com um a dia a dia corrido e com responsabilidades incontáveis. Mas vale lembrar: fazer mais rápido nem sempre quer dizer fazer melhor, e é exatamente isso que o Slow Living propõe. Mas se existe alguma ligação boa que podemos tirar dessa pandemia é a percepção de que precisamos reduzir a velocidade, rever hábitos, para enfim, poder respirar.

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Desconectar-se por mais tempo do celular, por exemplo, já um passo importantíssimo para o slow living. Dar uma pausa é extremamente saudável para os momentos das refeições para aproveitar melhor as conversas, as horas de lazer, e, principalmente, para ter noites de sono com mais tranquilidade.  E por falar em horas de sono, para quem é ansioso, estressado e tem dificuldade para dormir, uma ótima alternativa é a busca por tratamento fitoterápico para abrandar os quadros de ansiedade e prolongar o período de sono, fazendo uso, por exemplo, de Passiflora incarnata associada a Crataegus rhipidophylla e Salix alba L.  Esta associação de 3 extratos faz com que haja uma eficácia não somente no tratamento da insônia e ansiedade principalmente pela ação da Passiflora, mas também possibilitando o alívio das repercussões cardíacas da ansiedade, pela ação do Crataegus, como também o alívio das dores tensionais associadas aos quadros de ansiedade, pela ação do Salix.

Mas é claro que desacelerar não é tarefa simples, por isso, aqui vão mais a alguns caminhos básicos que podem ajudar nessa transformação:

– Buscar pelo autoconhecimento, entender o que de fato faz feliz, o que acalma e o que traz paz ao coração.

– Fazer uma coisa de cada vez e não ceder às pressões do dia a dia.

– Buscar por atividades que se conectem com a natureza, como a jardinagem, por exemplo.

– Fazer pausas durante o dia, contemplar a paisagem, ouvir a música preferida, fazer meditação, observar o espaço e as pessoas em volta com mais calma e atenção.

– Reavaliar as rotinas e descobrir o que não é prioridade.  Assim, você tomará decisões melhores e com mais tranquilidade;

– Reorganizar o tempo em família, pois valorizar o lar e os relacionamentos são atitudes indispensáveis para construir memórias inesquecíveis com quem você ama.

As mudanças não acontecem do dia para a noite, mas cada passo diário é uma grande vitória. O Movimento oferece um cenário em que temos abordagens mais acolhedoras e sustentáveis com os nossos corpos, vidas e com o planeta, contrapondo a supervalorização do ritmo frenético tão caro à sociedade moderna. Em suma, o principal ponto do Slow Living é encontrar seu melhor, e nesse processo, com toda certeza não só você será o beneficiado, como todos os que estão a sua volta.

 

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*Dra. Marina von Zuben de Arruda Camargo é psicóloga e neuropsicóloga, mestre em Neurociência e Comportamento pela Faculdade de Psicologia da USP, doutoranda em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP, coordenadora do Serviço de Neuropsicologia do Ambulatório de Psicogeriatria do Laboratório de Neurociências do HCFMUSP, docente e pesquisadora do Laboratório de Neurociência LIM-27 do HCFMUSP e professora convidada do Curso de Especialização em Neurociência e Psicologia Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua no atendimento a crianças adolescentes e adultos com quadros neuropsiquiátricos tanto em avaliação neuropsicológica e contribuições ao diagnóstico, como em Reabilitação Neuropsicológica e Avaliação Neuropsicológica, oferecendo acompanhamento a casos clínicos atendidos por profissionais ainda em formação.

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