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A vida fora do piloto automático – dia 5

vida no piloto automático

Acordei como de costume, fui ler a Bíblia e fazer minhas orações. Cauê acordou e trouxe um livro para ler na sala, sentei do seu lado com A Última Flecha. Podemos fazer companhia um para o outro, mesmo fazendo coisas individuais, não é mesmo? A leitura é um hábito em nosso lar e percebo que isso sido transmitido para as crianças. Os livros são seus companheiros. Apesar de fazer as mesmas coisas todos os dias de manhã, minha vida está diferente. Antes era um piloto automático, que cumpria horários e não poderia se atrasar.

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Liguei pro meu avô, a princípio atenderam e desligaram, porque não conheciam o número. Tentei novamente, e daí a minha avó Iraci atendeu. Ela contou que está cuidando das crianças da Pati para que ela possa trabalhar em um mercado que abriu na cidade. Fato que fiquei preocupada porque meus avós são pessoas de idade bem avançada e um mercado circulam muitas pessoas como consequência, vírus e bactérias. Mas ao mesmo tempo, sei como é necessário que ela trabalhe para ajudar na questão financeira da casa. As crianças dela também estão sem aulas e a avó está na função. 

Pedi para falar com o vô e que gostoso ouvir sua voz. Claro que o assunto coronavírus foi o centro da nossa conversa, ele contou que nunca viu isso na vida e que não dá para assistir TV porque o assunto é só isso. Concordamos que é muito triste tudo que está acontecendo e pedi para que ele não saísse de casa, para se cuidar. Ele falou que faz três semanas que não sai de casa e senti por isso, porque ele não pode mais dirigir —  mas preciso ver pelo lado bom, pelo menos ele fica quietinho.

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Com os filhos da minha prima, ele consegue se entreter, mas ele já não é novinho, né! Se crianças cansam adultos na fase ativa, imagina os idosos. Catarina se animou e veio conversar com o bisavô. Perguntamos sobre sua horta e se continuava plantando alface. Respondeu que ninguém come e parou de plantar alface, mas que continua com couve para dar de comer às galinhas. Catarina pedi para que ele plantasse um pé de amora roxa porque ela gosta muito de comer. Ele deu risada, mas não duvido que ele vai conseguir uma muda pra agradar a bisneta.

Ao desligar o telefone sinto que nossa ligação fez bem para ele e para nós. Prometi que no próximo domingo ligaria para ele novamente.

Também troquei a toalha da mesa para o tema da Páscoa, coloquei enfeites na porta de entrada que o Cauê fez na escola dele e o que a Catarina ganhou ano passado na porta do quarto deles.  Coisas que em dias “normais” não faria, agora com mais tempo disponível posso olhar os detalhes, parece que tirei a vida do piloto automático.

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Domingo, dia 22 de março de 2020.

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