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Como lidar com a obesidade infantil?

obesidade infantil brócolis

A obesidade infantil tem crescido a cada ano. E isso é realmente preocupante, pois estamos falando da saúde dos nossos filhos. Em entrevista, a médica e nutróloga Cristiane Molon esclareceu algumas dúvidas que podem ajudar aos pais a lidar com a obesidade infantil. E mais importante, estarem do lado dos seus filhos para enfrentarem esse problema, que pode não somente trazer danos para a sua saúde física quanto para a saúde emocional.

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Quando os pais percebem, como devem lidar com a obesidade infantil?

Cristiane MolonO aumento do peso começa gradativamente. Quando a criança muda o comportamento, passa a comer mais, apresenta sinais de ansiedade ou de compulsão alimentar, algo está acontecendo no cotidiano que contribui para o ganho de peso. Pode ser dificuldade escolar, brigas em casa, a chegada de um irmão, alteração metabólica, entre outras diversas causas.

Assim que observarem mudanças no peso ou no comportamento, os pais precisam buscar ajuda para avaliação médica, nutricional, psicológica. Além da ajuda profissional, os cuidados com a alimentação são fundamentais.

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Os pais devem evitar a compra de “porcarias”, como salgadinhos, chips, bolacha recheada, doces em geral. Se a criança consumir essas coisas, seguramente, não vai ter vontade de comer arroz e feijão. Se não tiver em casa, a criança não come. Quem faz as compras são os pais e não a criança.

Vale conversar com a criança e explicar a importância de se alimentar melhor, fazer negociações envolvendo celular, televisão, atividades que eles gostam. Muitas vezes, a criança nem provou determinado alimento e diz que não gosta, por isso, é importante oferecer uma vez, outra e outra até que ela prove.

Tenha paciência!

Quando o pai toma refrigerante e quer que a criança ingira água é complicado. O exemplo vem de casa, dos pais. Bons hábitos são construídos em família, diariamente. É importante que os pais tenham consciência alimentar. Não precisam ser mestres, somente entender que o refrigerante não é uma opção saudável, assim como salgadinhos, frituras, açúcar.

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No início, é desafiador, mas vale começar com pequenas mudanças, substituindo o pão por frutas com cereais, por ovos, buscando opções integrais e sem glúten, já que estas versões geram menos inflamações no intestino.

Outra dica é substituir os refrigerantes e sucos de caixinha por sucos naturais e água. Além disso, sugiro diminuir o consumo de açúcar branco, optando pelo mascavo e usando uma quantidade menor. Aos poucos, o paladar muda.

 As refeições devem ser feitas na mesa, não no sofá, nem no quarto. Como os pais são exemplos e as crianças tendem a imitar, sirvam-se com mais saladas, comam mais frutas. Façam o que vocês querem que o filho faça. Não adianta falar para o filho comer comida saudável se vocês não comem. Negociem lanches uma vez por semana, assim como “porcaritos”. Aos poucos, os hábitos se modificam.

Quais os perigos futuros da obesidade iniciar ainda na infância?

obesidade infantil riscos para a saúde da criança

Cristiane Molon – Uma criança obesa tem grandes chances de se tornar um adulto obeso e o risco de desenvolver doenças é alto mesmo se ela emagrecer. A obesidade leva a um aumento das doenças crônicas, que estão entre as principais causas de adoecimento e mortalidade. Entre elas, citamos o diabetes tipo II e as doenças cardiovasculares.

 Além disso, as crianças estão mais propensas a sentir baixa autoestima e depressão. No Brasil, estima-se que 60,8% das crianças de até dois anos já comem biscoito, bolacha ou bolo e 32,3% delas tomam refrigerante e suco artificial, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE.

As crianças, principalmente os adolescentes, podem se tornar resistentes a mudança alimentar, como facilitar isso?

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Cristiane Molon – Essa resistência é comum, tendo em vista que mudar hábitos nem sempre é fácil. Tente colocar vídeos e palestras para toda a família assistir sobre alimentação e estilo de vida saudável. Incentive a mudança sem cobranças, mostrando porque é interessante comer melhor e se exercitar. Apoie a prática de exercícios físicos, pois, assim, fica mais fácil se interessar por consumir alimentos nutritivos, já que uma coisa puxa a outra. Use a criatividade na hora de cozinhar, capriche na salada, coloque algum molho caseiro para melhorar o paladar.

 A família toda deve estar envolvida na busca por mais saúde. Dessa forma, a resistência tende a diminuir, pois tem quem apoie em casa. Cobrança não funciona! A criança ou o adolescente vai comer escondido. Mude a estratégia, seja um apoiador e não um punidor.

5 dicas que os pais podem fazer para que a mudança de hábitos alimentares acontecesse de forma mais tranquila.

como lidar com a obesidade infantil

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Cristiane Molon – O interessante é que as mudanças sejam implementadas aos poucos

  1. Alimentação equilibrada: evite açúcar, sal, gordura em excesso, comida processada e industrializada. Inclua mais frutas, verduras e carnes magras na dieta. No final de semana, faça pratos saudáveis junto com as crianças.
  2. Faça algumas substituições. Comece pelo café da manhã: troque o pão branco pelo integral, depois prove o sem glúten ou tapioca, na sequência, tire o pão e coloque ovos ou frutas com cereais (aveia/granola sem açúcar)
  3. Exercite-se: aproveite o fim de semana e faça atividades em família, como caminhar com as crianças no parque, andar de bicicleta, jogar bola. Essas atividades físicas além de aumentar o metabolismo e gastar energia. Também evitam que a criança fique por horas na frente da televisão ou no celular.
  4. Ingira água: tome água, mesmo se não tiver sede. Muitas vezes, a sede é confundida com fome. Incentive as crianças a beber água e diminua a ingestão de sucos e refrigerantes, principalmente, durante as refeições para não dificultar a digestão.
  5. Durma mais cedo: para ter saúde, é necessário dormir cedo, assim, facilita a liberação de substâncias reparadoras, como os hormônios, que são importantes para o desenvolvimento. Crianças e adultos que dormem pouco têm mais chances de ganhar peso. Crie um ritual para elas irem mais cedo para a cama. Antes de dormir, evite a hiperestimulação do cérebro com jogos eletrônicos, televisão, celular e computador.
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