No dia a dia, muitos pais podem achar desafiador manter os pequenos longe das atrativas…
Quais os limites da interferência dos pais na rotina escolar?

Educadora com mais de 15 de experiência explica como os pais podem incentivar o protagonismo dos filhos na vida escolar
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O sucesso de uma proposta pedagógica de ensino dependerá da confiança que os pais e os familiares das crianças depositam no quadro docente. No início da vida escolar e coletiva se espera que os pequenos aprendam a gerenciar suas emoções, comportamento e capacidade de aprendizagem sem a ajuda direta dos pais.
“Esse primeiro contato com a escola é um momento especialmente desafiador, quando as referências da criança passam a ser as pessoas que irão educá-la para um universo totalmente diferente do ambiente familiar”, explica Dayse Campos, diretora da Escola Interpares, de Curitiba (PR).
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Quando os pais permitem que as crianças adquiram essas experiências e interações, estão incentivando a execução do planejamento pedagógico e favorecendo o desempenho profissional dos educadores.
Essa liberdade de trabalho se torna ainda mais essencial diante de uma proposta pedagógica que estimula a interação social e das relações interpessoais como instrumentos de aprendizagem e desenvolvimento. No caso da Escola Interpares, com uma proposta pedagógica sócio-interacionista, estimula uma relação mais próxima entre professores e alunos.
Quando o engajamento vira interferência e controle
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A participação dos pais na vida escolar dos filhos sempre foi uma recomendação para melhorar o desempenho nas atividades escolares. No entanto, existe uma sutil diferença entre engajamento e controle, especialmente em relação à proposta de trabalho dos professores.
Por isso, é importante que os pais e responsáveis pela criança tenham em mente:
- Conhecer bem a proposta pedagógica e linha de ensino da escola antes de matricular a criança..
- Participe das atividades sempre que for convidado (a).
- Dê espaço e autonomia para os educadores realizarem as atividades planejadas de acordo com a idade e nível escolar da criança.
- Não forçar a criança a fazer algo que ainda não está pronta, algo muito visível no momento da leitura e escrita.
- Não faça críticas à escola e/ou educadores na frente da criança.
- Experimente dar espaço para a criança desenvolver o seu próprio protagonismo na escola.
- Evite a proteção excessiva da criança.
- Incentive a criança a conviver e se comunicar com todos.
- Permita, dê liberdade à escola de mostrar a pluralidade de perspectivas sobre o mundo.
- Errar faz parte do processo de desenvolvimento e amadurecimento emocional.
- Sujar as mãos, as roupas … faz parte do processo criativo e de descoberta do mundo. Seja mais tolerante.
Quando os pais permitem que as crianças tenham autonomia, estão incentivando atitudes de liderança e mostrando que a independência faz parte do crescimento saudável. “Esta é uma mudança muito importante, quando os pais aprendem o momento de recuar e confiam na escola que escolheram para educar seus filhos”, enfatiza a diretora.
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E para finalizar, Dayse Campos complementa suas recomendações lembrando que a escola deve proporcionar um ambiente transparente para a conversa franca e até mesmo dar espaço para as divergências, sem que isso represente uma situação de desafeto. “A escola também pode errar e o diálogo aberto com a família sempre será essencial para uma relação forte e saudável que só irá beneficiar o desenvolvimento escolar e emocional da criança”.

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