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Relato do parto normal humanizado da Marcela – Mamãe da Malu

Oiii meninas (os)…

Hoje tenho o privilégio de compartilhar o relato de parto normal e humanizado da mamãe Marcela e do nascimento da Malu. Ela foi acompanhada pela doula Elaine. Ela mora em Jaraguá do Sul e foi ter a Malu na cidade de Brusque, porque lá tem um hospital que é referência em nascimentos humanizados. Ela separou em três momentos o relato: a descoberta, a gestação e a chegada da Malu… venham viajar para dentro de mais essa história linda de nascimento de uma filha, de uma mãe, de um pai… de uma FAMÍLIA!

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Parte 1 – A descoberta

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Tudo começou com uma forte enxaqueca. Era uma quarta-feira à noite, cheguei em casa depois do trabalho, tomei um remédio e deitei na cama para tentar dormir um pouco e ver se a dor passava. Mas não aguentei de dor e, quando meu marido chegou em casa, pedi para ir ao pronto atendimento da Unimed. Lá, fui atendida por um médico que não conhecia e depois de relatar o que eu estava sentindo ele me indagou: Você não está grávida? Meu marido virou rápido pra mim, para olhar nos meus olhos enquanto eu respondia. Prontamente respondi: Não! Claro que não. De qualquer forma, o médico disse que me daria um remédio leve, para o caso de eu estar grávida e me recomendou que fizesse o teste.

Voltamos pra casa e como já era tarde já fomos dormir.

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No dia seguinte, acordei no horário de costume para me arrumar para o trabalho, quando me deu um estalo! Lembrei de uma amiga contando quando tinha feito seu teste de gravidez: O melhor é o primeiro xixi do dia! Mais concentrado. (risos) Aí lembrei que tinha um teste de farmácia na gaveta. Como eu tinha ovários policísticos e já estava já algum tempo sem tomar anticoncepcional era comum atrasos na menstruação, pois meu ciclo não era muito regular. Então, por recomendação da minha médica na época, tinha comprado alguns exames e deixado na gaveta, para o caso de uma suspeita. E este teste tinha sobrado lá. Resolvi fazer, só para desencargo de consciência e poder investigar aquela terrível enxaqueca.

Esperei o tempo, olhei para o teste: 2 riscos. Olhei na caixa o que significava: positivo!

Olhei pro teste… olhei pra caixa…. olhei pro teste…. olhei pra caixa. Fiquei algum tempo repetindo isso.

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Recolhi tudo. Tomei um banho correndo e fui para um laboratório (enquanto isso meu marido dormindo).

Chegando lá, pedi para fazer um teste de gravidez. A atendente muito simpática me questionou: Você deseja o teste quantitativo ou qualitativo? Naquela altura eu nem sabia o que ela estava me questionando e respondi prontamente: Moça, eu só preciso saber se estou grávida ou não! (risos).

Acho que este foi o dia mais comprido da minha vida. Tentei trabalhar, mas ficava atualizando o site de resultados a cada instante. E aproximadamente às 16:30 o resultado apareceu: POSITIVO.

O sonho do meu marido era ser pai. Já fazia muito tempo que ele me pedia um filho e eu sempre colocando outras prioridades. Então.. queria contar pra ele de um jeito legal. Diferente.

Mas estava tão tonta… que não conseguia pensar direito.  Quando sai do trabalho, no caminho para casa fui pensando e parei em alguns lugares. Não deu pra fazer o que eu queria, tive que improvisar. Fiz uma caixinha, dentro coloquei o teste de farmácia e do laboratório. Escrevi uma cartinha, coloquei em cima da caixa e deixei bem na porta de casa, pra quando ele chegasse logo encontrasse. Fui para meu quarto e fiquei lá deitada, quietinha, esperando a reação dele.

Ouvi a chave virando, a porta abrindo e logo escutei ele falando alto: Ué! O que é isso. Pegou e primeiro abriu a carta. Não entendeu direito, mesmo assim abriu a caixa… enquanto andava até o quarto. Quando chegou lá e viu o POSITIVO, me olhou e já começou a chorar! De muita alegria. Não se acreditava e nem eu! Choramos juntos. De alegria.

No dia seguinte, já sexta feira, logo cedo liguei para minha ginecologista/obstetra (que me acompanhava há mais de 5 anos) pedindo para adiantar minha consulta para aquele dia, tendo em vista a descoberta do dia anterior. Já tinha consulta agendada para a próxima semana, consulta de rotina, que sempre faço. E aí foi a primeira decepção do dia.

A secretária me diz que antes de começar o pré-natal eu precisava assinar um contrato de que faria o parto com aquela médica, caso contrário, ela não faria o acompanhamento. Foram várias ligações naquela manhã. Eu falava com a secretária, ela me dizia que iria falar com a doutora e depois me retornava. Em todas elas reforçava de que realmente era necessário assinar o contrato e eu dizendo que não queria assinar, pois queria mais informações sobre o parto humanizado e sabia que aquela médica não fazia este tipo de parto.

Até que ela me respondeu que a doutora mandou dizer que é super à favor do parto normal, mas que essa história de humanizado é bobagem… que é preciso sentar numa sala de aula para saber o que é parto e que ela já deixava claro que não aceitava a presença de doula. Naquele momento fiquei tão indignada que apenas consegui responder o seguinte: que o que estavam fazendo comigo era desumano, pois se eu não tivesse tentado adiantar a consulta, teria ido na próxima semana e só depois da consulta saberia dessa história. Fiquei tão chateada, triste, indignada.

Tudo seguiu normal, até a hora do almoço. Como de costume, fui ao banheiro antes de almoçar e chegando lá, percebo que tive um pequeno sangramento. Uma nuvem preta pairou em cima de mim. Tudo ficou cinza de repente! Um dia descubro que estou grávida e no outro um sangramento. Afinal, o que estava acontecendo? Mandei mensagem para meu marido, pra não sair para almoçar que eu estava indo lá buscar ele. Precisava fazer algo, mas não queria assusta-lo.

Tentei ligar pra minha médica novamente, talvez com este fato novo ela pudesse reconsiderar. Mas a secretária disse que neste caso eu deveria ir para o pronto socorro mesmo.

Avisei colegas do trabalho que não estava bem, que iria pra casa. E fui direto para escritório do meu marido, pega-lo para irmos ao hospital.

Foi a pior tarde da minha vida! Hospital cheio. Sala de espera cheia de mulheres grávidas e eu lá… sem saber se ainda estava grávida ou não.

Resumindo: saí de lá com receita de ultragestan, recomendação de repouso e encaminhamento para um ultrassom. Suspeita de deslocamento de placenta.

Parte 2 – A gestação

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Foram 3 meses sem atividade física, sem muito agito (evitar subir escadas, varrer, pendurar roupas no varal, não podia fazer nada que tivesse muito esforço).

Mas era só.

Nenhum dia de enjoo. Nenhum desejo. Nenhum desconforto.

Consegui dormir muito bem até o final. Ajeitava a barriga deitando de lado, conforme orientação médica e assim ficava por longos períodos. Para virar de lado tinha todo um ritual, com muita calma no final da gestação principalmente, mas tudo bem tranquilo.

Fazia massoterapia uma vez por semana, alongamentos diários e depois de liberada passei a andar de bicicleta ergométrica, pois assim podia fazer todos dia (não tinha desculpa de chuva, de horário… era só subir e pedalar).

Até aquele momento eu tinha acompanhado o nascimento de 4 sobrinhos meninos e no último ano o nascimento de 1 sobrinha. Acho que por essa influência de estar acostumada com a rotina de meninos eu tinha certeza que seria mãe de menina.

No dia do ultrassom da translucência nucal a médica perguntou se a gente queria ter ideia do sexo do bebê. Naquele momento, o que eu mais queria saber era da saúde dele, mas meu marido super ansioso ficou animado com a ideia. Primeiro ela fez a gente prometer que não iria comprar nada colorido, pois ela só tinha 80% de certeza, pois o bebê ainda era bem pequeno e ela poderia estar vendo errado. Quando ela disse que ela menina, meu marido só faltou soltar foguetes e eu fiquei em choque! (risos) Eu sempre tive certeza que seria mãe de menino. Era muito fácil pra mim escolher presentes, roupas, acessórios para meninos e para as meninas eu sempre tinha que pedir ajuda pra comprar qualquer coisa.

Meu marido ficou chateado comigo, achando que eu não estava feliz. Mas a verdade é que eu realmente estava em choque. Até aquele momento, esta hipótese (de ser mãe de menina) era muito distante pra mim.

Tínhamos, é claro, opções de nome para menina, mas assim… eu jurava que ia ser menino.

O exame foi em Joinville. Na volta para casa, meu marido e eu conversamos pouco. O resto do dia conversamos pouco. Eu estava mais introspectiva… acho que digerindo a notícia.

Mas no dia seguinte, já acordei me sentindo mãe de menina! E ficou tudo certo. Eu estava muito feliz pois meu bebê estava crescendo muito saudável e isso era o mais importante!

A escolha pelo parto natural (alguns chamam de humanizado, mas eu prefiro chamar de natural) foi acontecendo ao longo da gestação. Minha irmã já tinha parido seus dois desta forma e a maneira com que ela me contava sobre essas experiências me encantava.

Como psicóloga eu sabia que o parto normal é muito melhor para o desenvolvimento infantil. Até porque o bebê participa do parto, desta forma ele sabe que está nascendo e está mais preparado para enfrentar o mundo aqui fora.

Mas todas as histórias que eu ouvia das minhas amigas que tiveram parto “normal” me pareciam “anormal”. Não tinha nada de bonito, de encantamento, de alegria, como eu ouvia minha irmã.

E lendo, estudando e conversando com outras pessoas fui descobrindo as diferenças entre o parto “normal” que se faz por aí e o parto “natural” com o Dr. Paulo em Brusque.

Meu marido no começo me falava assim: Olha, eu respeito a tua decisão, até porque quem vai parir é você, mas assim… chama tua mãe ou tua irmã pra ir contigo, porque essa coisa de sentir dor, cortar cordão umbilical e etc. não é comigo! (risos)

Assim foi até a primeira consulta com o Dr. Paulo. Aquela consulta foi muito mais para meu marido do que pra mim. Lá explicou seu modo de ver o nascimento. Visão essa que também não tinha há mais de 30 anos quando formou-se obstetra. Mas que na sua experiência diária foi descobrindo e fazendo mais sentido e com a qual há mais de 10 anos vem trabalhando unicamente.

A primeira pergunta que ele me fez foi: O parto depende mais do médico ou da mulher? Como eu já tinha lido sobre e sabia da experiência da minha irmã, respondi timidamente e baixinho: da mulher. Ele disse bem alto: Claro! É ela que está parindo. E me disse: Eu não faço parto. Eu assisto. Raras as vezes tenho que intervir. E quando é realmente necessário eu intervenho. A medicina está aí pra isso. Mas a natureza veio muito antes e na maioria dos casos ela cuida de tudo.

Tem como sair de uma consulta dessa sem se apaixonar pelo parto natural?

Claro que a conversa continuou e acho que durou 1h30 mais ou menos.

Meu marido saiu decidido: queremos este parto, aqui, com este médico.

E assim seguiram-se as consultas. Cada vez mais encantados e decididos.

E o Dr. Paulo deixou muito claro desde o início que só trabalha com doula junto e ele mesmo indicou a nossa queridíssima Elaine, que foi nosso anjo.

Com ela passamos a estudar ainda mais sobre tudo o que viveríamos naquele momento mágico e tão desejado.

Parte 3 – O parto

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Como a gestação foi muito tranquila eu estava super curtindo a barriga. Falava todos os dias para a Malu que ela podia aproveitar e ficar dentro da mamãe o máximo que quisesse, até 42 semanas, pois uma vez que saísse não poderia mais voltar (risos).

Todo mundo que me olhava achava que Malu já estava nascendo. Perguntavam-me quando iria parar de trabalhar e eu sempre respondia que queria sair do trabalho direto para a maternidade, querendo dizer que iria trabalhar o máximo que pudesse.

Meu trabalho estava à todo vapor. Estava à frente de um projeto de mudança dentro da empresa e já tinha iniciado o repasse das atividades para algumas colegas que iria me substituir. Repleta de reuniões agendadas, na terça-feira dia 18 de outubro trabalhei até mais tarde para adiantar algumas coisas.

Saindo do trabalho passei no mercado e comprei os ingredientes para fazer uma jantinha árabe (adoro uma cozinha!).

Na madrugada, 1:24 acordei para fazer xixi, que nesta fase já estava bem frequente. Ali percebi que a presença de um muco e lembrei do tal do tampão. Aí mandei mensagem para Elaine (nossa doula) e voltei a dormir.

3:00 acordei de novo pra fazer xixi. Quando comecei o processo de levantar (pois com o barrigão não é apenas levantar, tem todo um processo a ser executado devagarinho…risos) tive a sensação de alguma coisa escorrendo. Sem saber direito o que era aquilo (xixi vazando, mais tampão ou a bolsa estourando) achei melhor pedir para meu marido pegar uma toalha pra mim, pois não sabia a quantidade de líquido que poderia escorrer.

Ele deu um pulo, correu para o armário de toalhas e passaram alguns minutos e nada dele. Chamei e ele respondeu que não estava encontrando a toalha. Dei muita risada, pois nós tínhamos combinado que se a bolsa estourasse usaríamos uma toalha enorme que nós temos para colocar no carro. E ele estava procurando essa. Mas eu só queria uma toalha pequena mesmo, para chegar até o banheiro e ver o que estava acontecendo. (risos). Aí falei pra ele que poderia ser qualquer uma e ele voltou rápido para o quarto.

Cheguei até o banheiro, vi que era apenas mais um pouco do tampão, mas para prevenir achei melhor colocar um absorvente pós parto, mas minha bermuda de pijama era mais solta e não ficaria muito firme. Mais uma vez recorri ao meu marido e pedi pra ele pegar no meu armário uma bermuda.

Ela estava na prateleira bem no campo e visão, quando a gente abre a porta do armário. Mais alguns minutos se passaram e nada do meu marido respondeu. Quando chamei ele, respondeu de novo, eu não estou achando. (risos). Calmamente eu respondi: Amor, fica de frente pro meu armário (ok). Na prateleira das calças (ok), a primeira pilha do lado direito (ok). O primeiro shorts (ahh… achei!). E ele veio então me trazer. (risos)

Naquele momento já não consegui mais dormir. Tentei deitar, mas começaram algumas cólicas e preferi levantar. Fui para o quarto da Malu, ascendi meia luz no abajur e sentei na poltrona de amamentação. Fiquei ali mais ou menos uma hora, prestando atenção no que estava acontecendo no meu corpo e na minha respiração.

Aí começou a ficar desconfortável aquela posição e fui para o outro quarto/escritório e senti na bola de pilates fazendo alguns alongamentos e depois só sentada mesmo procurando algum aplicativo para controlar as contrações. Passou mais uma hora mais ou menos e veio uma fome.

Já eram 5 horas da manhã, eu na cozinha devorando meu overnight que tinha sido preparando na noite anterior para o café da manhã, fiquei controlando as contrações. Mandei para Elaine que estava numa frequência de 3/3 minutos com duração de 1 min. Ela continuava pedindo para eu descansar o máximo que pudesse e me alimentasse bem.

Voltei para o quarto para tentar dormir mais um pouco, e antes mandei mensagem para minha amiga do trabalho apenas dizendo que eu não estava me sentindo muito bem e que não iria trabalhar (não queria alarmar ninguém, pois naquele momento não sabia onde ia parar essa história, afinal, poderia ser apenas pródomo).

7:08 acordei de novo e tive que levantar. Arrumei alguns detalhes das malas da maternidade, afinal como iríamos para Brusque era 3 malas: da Malu, minha e do meu marido. Peguei documentos. Recolhi roupas do varal, caminhei pela casa e voltei a sentar na cama.

8:10 já estava com fome de novo. Tomei café, arrumei louça na pia, fiz café para Adriano e levei na cama para ele. Nesta altura ele decidiu não ir trabalhar e ficar comigo e pedi que ele descansasse o máximo, pois poderíamos precisar ir à Brusque e ele seria o motorista.

Enquanto ele tomou café conversamos e rimos do que havia acontecido até aquele momento (episódios da toalha e da bermuda). Ele contou que ficou apavorado, mas que não queria me falar, para não ficar preocupada (risos). Nesta altura as contrações estavam mais espaçadas e eu nem estava mais controlando (é muito chato! Risos).

Consegui dormir mais um pouco e às 11:00 acordei de novo. Andei pela casa, depilei as pernas e as contrações voltaram. Agora mais intensas e mais frequentes. Avisei Elaine. Continuar andando pela casa, melhor posição era em pé e balançando (mexendo o quadril de um lado para o outro). Mas meus pés começaram a inchar e achei melhor deitar com eles um pouco pra cima.

Já eram 12:00, falando com Elaine, achei melhor baixar outro aplicativo para controlar as contrações. 12:43 estava com fome de novo e fui almoçar.

Depois de comer, deitei um pouco e mais uma vez parecia que as contrações tinham ficado mais espaçadas, porém continuavam intensas.

Às 15:30 conversando com a Elaine ela me recomendou tomar um banho quente. Lá fui eu. No meio do banho chamei o Adriano pois estava decidida que queria ir para Brusque. Ali as contrações ficaram muito fortes, intensas. Pedi que ele avisasse a Elaine da minha decisão e que reservasse um hotel, pois caso não estivesse na hora, pelo menos queria estar mais perto.

Até que eu consegui terminar o banho e me arrumar a Elaine chegou na minha casa. Ela só olhou pra mim e concordou que estava na hora de irmos para Brusque.

Elaine me acompanhou até o carro, enquanto Adriano carregava as malas. Levei 15 minutos para chegar até no carro, coisa que normalmente levaria 3 minutos.

Na viagem as contrações foram ficando cada vez mais fortes. Fomos ouvindo Nenhum de nós e Cidadão Quem – minhas bandas favoritas, selecionadas para este momento. Tentei cantar as músicas que tocavam, até para relaxar um pouco, enquanto recebia massagens da Elaine e até mesmo para mostrar para o Adriano que estava tudo bem.

Mas ao longo da estrada as contrações foram ficando cada vez mais fortes e já estava difícil cantar. Aí Elaine me sugeriu exercícios de vocalização… nossa ajudou muito no alívio das contrações. E segui assim… parecia que estava uivando… (risos)… Em determinado momento, percebi que o Adriano estava me olhando pelo retrovisor. Aí falei: Fica tranquilo amor, está tudo certo. Ele disse que meus olhos estavam virando do avesso e eu querendo que ele acreditasse que estava tudo bem! (risos).

Quando chegamos em Brusque, outra aventura: subir no consultório do Dr. Paulo. Foram mais ou menos 20 minutos para conseguir sair do carro e subir no prédio. Chegando lá o Dr. Paulo só olhou pra mim e disse que poderíamos ir para a maternidade. Já estava cansada da viagem e perguntei se ele não podia fazer o parto ali. Ele riu e respondeu: Melhor não… faz muita sujeira! (risos).

Lá fomos nós sair do prédio… outra aventura de mais 20 minutos. Acho que na rua todo mundo estava me olhando… pois eu dava um passo e me agarrava na Elaine (Adriano tinha ido buscar o carro). Cheguei a me segurar na grade do estacionamento, na calçada… risos.. Essa cena deve ter sido muito engraçada!

Estava armando um enorme temporal.. Céu ficou preto de repente. Parecia noite. Quando chegamos na maternidade, na hora em que fui descer no carro a chuva começou a cair forte, gotas grossas e pesadas. Mas ainda fui andando e nem esperei um guarda-chuva. Precisava andar… não aguentava mais ficar sentada no carro (a viagem já tinha sido longa!).

Fomos direto para a suíte especial de parto humanizado. Depois de tudo arrumado ficou lá apenas Eu, Adriano e Elaine. Dr. Paulo só passava para ver se estava tudo bem. Sala escura, ar condicionado desligado, trilha sonora selecionada pela Elaine (Adriano esqueceu de colocar o pendrive que eu tinha preparado).

A partir daquele momento, mais ainda, tentei esquecer tudo ao redor e ir para a “partolândia”.

Logo fui para o chuveiro, sentada na bola de pilates. Lá ficamos por um bom tempo, até que eu quis sair. Seguimos fazendo alguns exercícios, comendo, bebendo… tudo para me manter bem. Mas eu comecei a ficar muito cansada e quis ir para o banquinho. Lá fiquei muito tempo e o cansaço foi aumentando… até que pedi para ser avaliada.

Dr. Paulo concordou, pois minha dilatação tinha evoluído rápido até 6 cm e depois parou. Fiquei algumas sem dilatar mais nada. Na avaliação descobrimos que eu tinha formado um edema que estava trancando a dilatação do colo. Aí Dr. Paulo precisou intervir, retirando o edema e saíram dois coágulos de sangue, do tamanho de uma bola de pingue-pongue cada.

Dr. Paulo me disse que sabia que eu estava cansada, mas que eu precisava ser forte e fazer os exercícios que a Elaine iria me propor, ficar o máximo que pudesse em pé e me alimentasse. Dentro de 1 hora e meia ele voltaria para ver como estavam as coisas. Mesmo estando na “partolândia” eu tinha percebido que antes de falar comigo o Dr. Paulo tinha chamado o Adriano lá fora e depois a Elaine. Aí pensei…

É agora ou nunca. Fiz tudo o que ele me pediu, o que Elaine pediu pra eu fazer, com dificuldade, mas fiz.

E as coisas começaram a melhorar novamente.

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Chegando na fase do expulsivo, aquela onde a covardia bate e a gente acha que não vai dar conta. É comum nesta fase as mulheres pedirem cesária. Sabendo disso, eu falava assim: Eu não vou pedir cesária, eu não quero uma cesária, mas eu preciso de uma ajuda. Só uma ajudinha… qualquer coisinha.

A essa altura as contrações estavam muito fortes. Voltei a vocalizar… pra mim, eu estava gritando tão alto que o hospital inteiro estava me ouvindo. As contrações eram muito fortes e intensas… eu sabia que minha menina estava vindo com tudo.

Sentei novamente no banquinho, Adriano atrás de mim, me ajudando a fazer força e Elaine ao nosso lado tentando aliviar minhas dores.

Dr. Paulo chegou, sentou à minha frente e depois de algumas contrações Malu começou a aparecer. Todos ficaram animados e seguimos os trabalhos.

E foi assim que Malu veio ao mundo!

Cercada de muito amor, respeito e carinho de todos que estavam presentes.

Malu nasceu cansada de tanto esforço. Precisou ser estimulada pelo Dr. Paulo e sua resposta foi diversos espirros seguidos.

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Logo em seguida veio para meus braços e tivemos o prazer de sentir seu cheiro pela primeira vez. Sentir sua pele… ver o seu rosto. Era o bebê mais lindo que eu já tinha visto na minha vida!

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